O Leblon de Jacarepaguá e o projeto Rio-Cidade na Freguesia. Mais uma obra inacabada e com recursos públicos perdidos !


Leblon_Freguesia

Em 17/07/2013 a revista Veja Rio publicou uma matéria, provavelmente paga pelas empresas que investiram no nosso bairro para construir e vender apartamentos e lojas, cuja chamada era:

“O Leblon de Jacarepaguá

Com a construção de imóveis de alto padrão, o bairro da Freguesia desponta na região onde foi erguida uma de cada quatro novas unidades do Rio no ano passado.”

Hoje, 15/10/2015 podemos dizer que ficamos muito longe dessa comparação e que essa matéria poderia ser considerada como propaganda enganosa.

Leia mais sobre a matéria …

O projeto Rio-Cidade que prometia chegar um pouco mais perto do bairro mais nobre do Rio, foi abruptamente suspenso ou cancelado pela Prefeitura.

O que foi o Rio-Cidade?

Das mais importantes concepções da gestão Cesar Maia, transformadas em projeto, foi sem dúvida o Rio-Cidade, cujo objetivo era mudar a aparência de diversos bairros dotando-os de atrativos paisagísticos e arquitetônicos além de criar facilidades no ir e vir das pessoas, do trânsito, etc.

Finalizados os Rio-Cidade Bangu e Taquara chegava a vez do Rio-Cidade Freguesia encerrando o ciclo.

Inexplicavelmente (??), alguns anos transcorreram até o início das obras em 2004. Periodicamente a Prefeitura divulgava detalhes do projeto que dotaria o centro da Freguesia de uma beleza invejável.

Mas não saia do papel até que finalmente começaram as obras com a substituição das tubulações de esgoto e das calçadas, na Estrada dos Três Rios perto do largo, na Av. Geremário Dantas, na Estrada de Jacarepaguá e Rua Tirol.

Várias paralisações eram percebidas, possivelmente devido à proximidade dos Jogos Pan-Americanos e às obras da Cidade das Artes provocando a “eterna” falta de recursos financeiros para o Rio-Cidade Freguesia.

Concluídas as calçadas, instalaram em algumas, blocos de cimento padronizados (fradinhos) no sentido de impedir estacionamento de veículos.  Resultado: vários blocos foram abalroados acidentalmente e permanecem caídos. Diversos tijolos que compõem o piso das calçadas já se soltaram, um iminente perigo para as pessoas.

As instalações elétricas passariam a ser subterrâneas tanto que os tubos foram colocados, mas os terminais permaneciam expostos em diversos locais, como mostra a foto na Estrada dos Três Rios em frente ao Shopping Main Street em 2010, hoje ocultos, retratando na época, uma péssima imagem.

Poste_01022010

 

Tal fato denota que as obras foram abruptamente interrompidas.

A obra foi praticamente abandonada em maio de 2009, sem:

– fazer o paisagismo projetado;
– retirar os postes, abaixando a rede elétrica e telefônica;
– colocar a sinalização vertical;
– colocar novos postes de iluminação;
– consertar calçadas e equipamentos já depredados.

Transcorreram várias administrações na Prefeitura e a situação permanece a mesma.

Em Maio 2008, a AMAF já denunciava o descaso do governo municipal através do texto assinado pelo então Presidente João Miraglia Netto:

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“A Associação de Moradores e Amigos da Freguesia (AMAF) acompanhou a criação, estudo e escolha do projeto Rio-Cidade Freguesia desde 1994, no primeiro mandato do prefeito Cesar Maia (1993/ 1996), até a licitação e homologação do início da obra em 08/08/2004, no final do seu segundo governo (2001/ 2004).

A previsão de execução era de 240 dias.

Desde o início dos serviços, até 28/04/2008, já no terceiro mandato do prefeito César Maia (2005/2008), decorreu 1359 dias de obras, quase sempre paralisadas por falta de verba.

Nesse período, a AMAF tem participado de reuniões periódicas com os órgãos da Prefeitura responsáveis pela execução do projeto, fiscalizado a qualidade do material, além de apontado soluções para os problemas surgidos, sempre cobrando um cronograma definitivo (foram apresentados 13 até Maio de 2008).

AMAF, em Nota Pública, denunciou os seguintes fatos relevantes:

1- O projeto homologado cm 08/08/2004 tinha o prazo de 240 dias para ser executado.  Após 1359 dias, a obra ainda não acabou. A empreiteira estima para 60 dias a conclusão.

2- É necessário denunciar a prática, ainda que legal, de suspender a contagem do prazo, sempre que o governo desejar, sob quaisquer ou nenhum pretexto, podendo assim ampliar indefinidamente o tempo real de uma obra sem o risco de ser denunciado e cobrado pelo Tribunal de Contas do ERJ .

3- A prática política de certos governantes, de iniciar uma obra em ano eleitoral (2004), e de ampliá-la até as vésperas de outra eleição (2008), apostando no impacto positivo para angariar votos.

4- A necessidade de se criar uma lei que ponha limite no prazo legal para se aumentar o tempo de execução de obras públicas.

5- Exigir que seja cumprida a alteração do projeto na Freguesia, que diminuiu o diâmetro das manilhas de coleta de águas no trecho da estrada dos Três Rios, para ser desviada pela rua Xingu, até hoje sem verba aditiva liberada para ser executado.

6- A degradação da obra, em vários pontos mais antigos, devido à baixa qualidade do material e dos serviços executados.

7- Falta asfaltar a estrada dos Três Rios, Geremário Dantas e Praça Professora Camisão, além do calçamento da estrada dos Três Rios até a Xingu (aditivo) e da Praça Prof. Camisão. É preciso também retirar de cerca de dez postes da rua, abaixar a rede elétrica e dos demais serviços, instalar e pintar a sinalização, bem como providenciar grade de proteção na calçada do Rio Sangradouro e trocar os postes de iluminação, quase todos apagados.”

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A palavra, agora, com as autoridades, mesmo que elas não tenham sido as responsáveis diretas pela concepção e execução (inacabada) do projeto Rio- Cidade.

Os recursos usados para colocar as tubulações subterrâneas foram perdidos até hoje e continuarão, se as concessionárias dos serviços públicos não executarem o previsto no projeto.

As árvores atuais e as do projeto Rio450 (Arborização da Três Rios) são e serão prejudicadas quando atingirem a altura dos fios expostos.

É para a gente se preocupar!

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